Crise dos 26 e meio ...
Sabe aquela sensação de insegurança em relação ao futuro e insatisfação com o presente? Pois é bem assim que me sinto neste momento da vida...
Nem me lembro mais quantas vezes já me perguntei nos últimos meses “o que estou fazendo da minha vida?”, ou, “e agora... o que vai ser daqui para frente?”, “será que é isso mesmo?”. Sinto-me em uma constante turbulência de emoções e auto questionamentos... Parece que nada me completa e ninguém me compreende!
E como se isso tudo não fosse suficiente pra tirar o sono de alguém, sempre aparece aquela sua tia que você não vê há alguns meses, mas ela jura que são anos, ou os amigos do colégio, vizinhos, sempre com milhares de questionamentos...“e ai já casou?”, “Já formou?”, “Quando é quando é que você vai parar de estudar”?”, “você já tem um emprego”?” “ e o doutorado?”.
E já repararam que mesmo que você já tenha conquistado várias coisas, sempre encontram um jeitinho de pisar no seu calo? Sempre tem um ponto fraco!
Definitivamente, estou vivendo a crise dos 26 8/12 !
O que me conforta é saber que não sou a única em crise nesse mundo, fora dos “padrões sociais”, estando prestes a chegar aos 30 anos, sem uma casa só sua, um marido para dividir os travesseiros ou filhos para levar a escola ou ao parque... e pior...sem nenhuma perspectiva de que isso possa talvez acontecer.
E pensar que eu, em minha doce ilusão, achava que ter 15 anos era o meu maior problema e que ao chegar aos 18 tudo se resolveria junto com minha nova carteira de identidade...
Agora tenho saudades daquela época, dos “velhos” amigos que se espalharam pelo mundo afora, da época que eu podia deixar para estudar um dia antes da prova e mandar super bem nas provas, onde não existiam coeficientes de rendimento e A, B e C eram simples componentes do alfabeto, do Teddys, Leão e Jarbinhas antigo esse..rs, dos shows no Recanto das cigarras, das viagens com os amigos, da vadiagem malemolente nos fins de tarde no calçadão ouvindo Scorpions, Nirvana, Pink Floyd e Cia..
Saudade das loucuras dos meus 20 aninhos, dos tempos de graduação, da época do cachorro – quente do Sr Nezito com o povo do “ J”, da época em que a Nicoloco era uma vez no ano e a galera fazia contagem regressiva pra esse dia chegar, que não existiam tantas festas de bebida liberada e que as festas “caras” custavam no máximo 8 reais e que 300 reais dava pra comprar roupa, ir em todas as festas da cidade, comer e tirar todos os Xerox que eu precisava ...bendita bolsa de IC trazendo a liberdade de volta!!
Dizem que essa crise é passageira, uma simples fase..como a dos 15, 20, 40 e por ae em diante.Deve ser uma fase mesmo... Espero que seja uma fase...rezo para que seja uma fase rssss ... Porque ao mesmo tempo em que ela é ótima no sentido de eu me sentir uma mulher um pouco diferente de antes...com uma visão diferente da vida...é uma época também muito cruel pois ao mesmo tempo em que me sinto livre e independente, estou presa às minhas dúvidas.
Tem uma grande amiga, que considero minha irmã, que sempre diz que a minha vida daria um super roteiro de novela mexicana das boas, com direito mistura de drama com comédia... e não tinha como ser diferente, afinal de contas eu já nasci instaurando a confusão no mundo..rs.
E ao longo desses 268/12 de vida não me arrependo das decisões que tomei, dos momentos que vivi, das brigas que arrumei, dos amores que vivi, do luto que mantive, dos amigos que fiz, das bebedeiras, do tempo que me dediquei as minhas famílias.. e das prioridades que estabeleci pra minha vida...
Eu decidi que não vou lutar contra o inevitável. Minhas prioridades são minhas e de mais ninguém - ninguém vai pagar minha conta ou lavar a louça no final. E pra comemorar o início da minha prematura libertação aos padrões impostos vou comprar flores pra mim... Quem sabe não antecipo de vez essa primavera!
Beijos
Preta =)
7 comentários:
Que lindoooooooo....
Estou na crise dos trinta anos e dos sete anos de relacionamento com um turbilhão de coisas na cabeça. Adorei o texto! Compre flores...
Obrigada pelos comentários!
Nostálgico, aff.
Pois eu discordo do sr(a) anônimo, como psicológo vejo um recomeço nestas palavras, uma expressão intima do desejo de mudança, que creio eu já começou a acontecer. Desejo a você querida amiga Patrícia muito sucesso em seu blog, estarei seguindo aqui e em seu outro blog também e obrigada pelo convite. Um forte abraço
Nossa!!
Exatamente o que eu andei pensando e/ou falando com alguns amigos esses dias! Ai, essa tal saudade...
O tempo passa e a vida se complica, as pessoas vão... Outras vem, é claro, mas, pelo menos para mim, é triste se distanciar de alguém que foi tão importante, que fez parte de momentos tão importantes da sua vida. E aquela pessoa, então, que é a ÚNICA que sabe de certos fatos, histórias, e por isso é dela que você lembra, anos depois?
E essa coisa de perguntas típicas.. Recentemente falei do quanto eu odiava isso, após ouvir um "e aí, casou?" (não para a pessoa que me fez a pergunta, mas para quem presenciou a cena). As famosas perguntas de cada fase de nossa vida. "E aí, como vai na escola", "e a faculdade?", "já formou?".
Oras, mas e se eu não quiser fazer faculdade, nem casar, nem ter filhos, qual o problema, né?
Muitas vezes as pessoa fazem isso para ser educadas (porque é o tipo de pergunta que os amigos dos pais fazem, parentes e tal, para não excluí-lo totalmente da conversa), e só nos fazem sentir mal.
Acontece, e vai acontecer outras inúmeras vezes.
O jeito é fazer as suas coisas, da maneira e quando achar melhor. Os outros vão sempre falar, perguntar, julgar, o que na hora pode afetá-la. Mas passa. Sempre passa. =]
Ola Patricia,
Olha, não sei o que dizer dos 26 e 1/2, pois, já faz algum tempo que passei dessa fase, mas posso garantir. lembro de cada uma das fases que meus filhos passaram. Hoje estão todos casados, as fases passaram como tudo na vida passa. Tenha paciência, deixe que o tempo se encarregará de tudo.
Quanto as combranças, fique tranqula, com os meus 47 anos de vida, aprendi que quando as pessoas são vazias e não tem que falar, elas puxam coisas sem nexo e evazivas e nos tentam envolver nesses assuntos tolos. Se deixarmos que nos envolvam, pode ser que, dependendo de nosso estado emocinal, sejamos atingidos e fiquemos cabisbaixo.
O melhor caminho é mudar de assunto, ou mesmo, ouvir, ou fazer de conta que estamos ouvindo.
Tranquilize-se, tudo tem um tempo na vida, até mesmo pra se constituir familias.
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